sábado, 12 de outubro de 2013

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Sentir a mais, sentir demais, contanto que esteja em paz.
Talvez nem se compare uma coisa a outra, mas os detalhes dão-se as ideias para se tornarem ligados, é como se tivessem vida própria. Caminham como raízes crescentes na primavera, tomam o controle dos neurônios e das reações. E das emoções que reagem simples impulsos, contrações...
 A força do hábito sempre fazendo pegadas na direção contrária das batidas do coração, talvez seja a sua maneira da se encontrar. Ou de esconder, quem vai saber? O importante era restaurar o semblante todas as manhãs; levantar e aceitar, admitir e sorrir, caminhar e retroceder, lembrar do que guardar e o que enterrar.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

M. Silver

 Serenidade pra disfarçar qualquer coisa que já não possa mais fugir do olhar.
E alguém tão transparente desenvolve articulações mecânicas pra ser aquilo que não se pode mais sentir. Qualquer movimento que não deixe escorrer aquela lembrança que mais parece com um borrão de giz de cera, de tão feliz que era... Qualquer palavra que dê a sensação de suficiência, qualquer droga que consiga contradizer o vazio de quem se tornou; focos e sorrisos que colorem um mundo - mesmo que seja só por enquanto passe, tudo bem se depois voltar preto e branco. Alguma música pra substituir um tom de voz, já que não suporta comparar.
 Subir as escadas correndo não vai diminuir a distância e nem fazer os ponteiros do relógio giraram depressa, olhar o mesmo número no calendário uma vez a cada mês não fará ser outro ano, sentir a garganta queimar todas as noites, e esse nariz escorrer também não faz o clima mais quente.
 Reduzir, reluzir, sumir, assumir, cobrir, sorrir...

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Cordão

Deslizo pra beirada, realizo.
Desisto da briga, materializo.
Desligo cordas vocais, ilumino ideais.
Finjo presenças, transpareço sonhos.
Ouço batidas baixas, sigo detalhes.
Corro em círculos crescentes, caio em contradição.
Calo um som, gelo o coração, trago confusão e sopro amnésia.
Germina desconfiança, mas brotam frutos e flores para fazer lembrar.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

ESTRANHOS

 E quando o travesseiro me sobra, seu rosto fica nítido. Vários tons de escuro pelo seu quarto, seu rosto alaranjado pela brasa, suas manchas de sol e seu olhar de gelo repetiam juntos à sua voz, que estaria aqui. Ainda, lidando conosco. Mas os dias passam tão rápido e eu tenho que me recompor de uma maneira ou outra; e acabei por estar tão longe e tão segura que perdi a força da minha cabeça. É entediante ver plágios baratos de garotas que se dizem tão boas assim... E ver você gastando saliva com gente tão baixa, enquanto minha garganta arranha tudo que vê pela frente só pela tua falta.
 Tu me vira as costas na mesa do lado, mas me sorri do outro lado da rua. Onde mais deveria tentar te sumir? Nem que eu sobrevoasse até o Japão ou qualquer outro país sem seus vestígios, eu os traria comigo. Teus sinais... Por toda a parte, nas luzes da cidade e na sombra da minha inconsciência. Antes houvesse um vazio enorme dentro de mim, assim não haveria essa agonia que me corrói por dentro ecoando suas palavras, me fazendo lembrar cada pensamento e cada olhar que tinha quando sua companhia me tocava. E sempre fui assim, não luto contra isso mais... Posso negar algumas vezes ao dia em voz alta, mas meu descompasso é evidente e meus lábios precisam se mover pra não deixar aparecer toda mudança em quem etsou. 
 Parece que foi ontem, os dedos no mesmo movimento curioso por mim, pedacinhos de fantasias que escondia no meu lençol se transformaram em um baú com ferrugem suficiente para ninguém se interessar e logo esquecer. Eu sempre fui do contra, escuto isso com frequência ultimamente e te amar é a prova mais óbvia que tenho, afinal já fazem anos e hoje não consigo fazer planos por não saber se volta. 
 Esse céu nos dias frios... Seu tu o visse, saberia o quanto dói mais, a cada vez que puxa pro tom de roxo e brilha entre o viaduto e aquele clube que não conheci ainda. E te encontro na areia, antes de chegar no mar. Te sinto abraçar e te sinto sorrir através de memórias tão impertinentes, que prefiro fingir que é você em todos os rostos, mas só é você em mim. Querendo fazer voltar, querendo fazer sentir.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Grande Praia

  Me deixou dormir direito em meio a sonhos mal contados.
 Olhares de pedra, aqui cada um é cada um e cada um que aprenda a aceitar o próximo em sua pior tentação assim como estranhar em dias de sorrisos fáceis... E aceitar. Traz cada tentativa de dar-me uma boa educação, cada decisão sem razão, cada frase que até ontem não tinha perdão, cada detalhe de quando ninguém quis estender a mão; fez-me assim... Meio calada, mais calma e menos impulsiva, mais produtiva e menos bela, mais famílias e menos amigos. Mais saudades e menos vacilos.
 Me deixou dormir direito em meio a sonhos mal contados, por uma noite. Nas outras durmo direito com sonhos contados num outro tom... Ainda durmo direito.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

 Nem todo silêncio do mundo revelaria a calma súbita que anda deixando rastros para ser tomada de volta. Até mesmo com os batimentos rasgando o meu peito em meio aos teus sonhos, você ainda não enxergaria toda a bagunça que foi deixada, aquela bagunça cujo nome impronunciável vêm ficando mais pesada para meros baús de sedas. E não é como se não houvesse sentido... Em algum lugar tudo isso faz tanto sentido que se torna mais um clichê desses de embrulhar estômagos, mas no fim é também  tudo aquilo que mal consigo querer ter longe, mesmo conhecendo cada agonia contida em cada menor detalhe da receita do veneno.
 Um esbarrão de olhares ou de corpos, dois minutos de descuido e o inverno é verão novamente. Faz eu me lembrar da gravidade.

Boa noite Cinderela!

Beijo de agradecimento pela benção oferecida em silêncio
Tua mente nem imagina, teu coração endureceu, mas la no fundo
Tua alma assobia de algria em perceber
Que apesar do tempo, tudo isso ainda é meu.

 Perdão pela distãncia, toda aquela ignorância foi embora
 Ainda há lágrimas que a garganta engole a seco
 Em cada fuga procurando pelo pretexto que prove que não há loucura em esperar.

A água é a mesma, salgada e ardida.
Em minhas orações ainda compasso as minhas batidas
Com toda a fé que você ainda tenta esconder pra não se perder.
E não me encontrar novamente, despertar todos os demônios da instabilidade.
Só pela curiosidade da desconhecida força espiritual.

Não há paradigmas, há promessas e amnésias.