Eu lembro de você sentada ao lado da cama, lendo estórias com os olhos se desviando por entre as linhas. Você costumava acreditar naqueles textos quase tanto quanto nosso pequeno, lembro do seu sorriso quando lia o conto da menina louca que saia num vestido azul e tinha viagens alucinógenas sobre um mundo à parte. Lembro cada detalhe daqueles minutos.
Eu te chamava 'bonita' e você respondia jogando os cabelos pra trás tentando esconder a satisfação por estar aqui, você se deitava ao meu lado e eu rezava pra não lhe pedir por mais um beijo, mas sempre ia além de todos nossos planos. E quando os problemas chegavam a atrapalhar a nossa rotina, você me dizia para mantêr a calma e pensar na melhor coisa do mundo... Você continua sendo meu ponto de equilibrio entre todo esse caos que é o interior.
Pelos becos em que costumávamos passar, eu sempre volto e procuro por alguma pista do que devo fazer pra te encontrar, mas sempre me esqueço que não há nada para se procurar sendo que você não quer ser encontrada... Talvez nem esteja mais perdida por aí e mesmo assim eu vou continuar te escrevendo e te implorando para não se esquecer dos dias, Marina. Eles não vão passar enquanto você não lembrar.
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